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sábado, 24 de julho de 2010

IOGA E CÉREBRO

A ciência da ioga
(por Camila Ferreira Vorkapic)
A prática milenar, desenvolvida há mais de três mil anos aC., pelos indianos, atua no sistema nervoso central, reduzindo o stress e favorecendo a cognição.
Ioga não tem a ver com religião, ginástica ou terapia: ioga é uma filosofia prática. E, segundo esse sistema filosófico, não é possível atingir boa saúde física e mental sem a aquisição de estados mais profundos de concentração. Tratar a prática cientificamente requer adotar uma linha de estudo objetiva, com linguagem atualizada e cuidado de manter suas tradições e princípios originais, sem descaracterizá-los.O papel dos pesquisadores e da ciência em relação às técnicas é observar e descrever os fenômenos fisiológicos, verificando as formas como o organismo responde às práticas. No caso do ioga envolvem não só práticas e exercícios de concentração, mas também de respiração, de descontração, de purificação orgânica e gestos reflexológicos manuais. Algumas dessas técnicas se destacam pela notória influência no sistema nervoso central. Alguns exercícios têm efeitos neuroendócrinos e neuroquímicos e chegam a provocar alterações estruturais em áreas do cérebro, favorecendo funções cognitivas e aspectos emocionais.
Nos últimos dez anos, com a incidência de transtornos de ansiedade e humor em nossa sociedade, inúmeros estudos tentam demonstrar a importante relação entre emoções e atividade do sistema nervoso autônomo (SNA). Tornaram-se comuns, por exemplo, as crises hipertensivas por stress e principalmente alterações no sistema respiratório em conseqüência de mudanças nos estados emocionais. Indivíduos que sofrem de distúrbio do pânico freqüentemente hiperventilam durante as crises, e um dos recursos para diminuir a velocidade respiratória é justamente a chamada “respiração diafragmática ou abdominal”, técnica extensamente utilizada no yôga.
Tanto a ansiedade quanto o stress e a depressão envolvem a ativação do sistema nervoso simpático (SNS) e do eixo neuroendócrino hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HPA). O hipotálamo é a estrutura responsável pela regulação de funções básicas, manutenção e sobrevivência do organismo. Por meio de mecanismos controladores das funções vegetativas e endócrinas, o hipotálamo induz respostas orgânicas às alterações no meio ambiente externo e interno, por exemplo aquelas induzidas por agentes estressores, que permitem ao organismo a adaptação para manter a homeostase (manutenção de condições estáveis para as células). A ativação do SNA pelo hipotálamo é responsável por alterações fisiológicas, como intensificação da freqüência cardíaca, aumento do fluxo sangüíneo para os músculos, da glicemia, do metabolismo celular e da atividade mental e liberação de adrenalina, o que permite melhor desempenho físico e mental.
Além de estimular o SNA, o hipotálamo (que também é responsável pelo controle de diferentes glândulas endócrinas) ativa o eixo HPA, influindo nas reações orgânicas ao stress. Em uma situação tensa, o hipotálamo sinaliza a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também conhecido como corticotrofina, responsável pelo controle da secreção de corticoesteróides (que contêm o cortisol, hormônio do stress) pela glândula adrenal. Além do eixo HPA, o stress ativa a divisão simpática do sistema nervoso neurovegetativo, como parte da reação de luta ou fuga. Como resultado, a noradrenalina das fibras nervosas simpáticas periféricas é liberada em diferentes tecidos, bem como a adrenalina (e também alguma noradrenalina) da medula adrenal, na corrente sangüínea. A constante ativação do SNS, do eixo HPA e a liberação de adrenalina levam a uma situação crônica de stress e depressão, que afetam a integridade do cérebro.
Em 2005, pesquisadores da Universidade de Duisburg-Essen, Alemanha, e da Universidade de Nova York, observaram em mulheres estressadas alterações positivas relevantes em conseqüência da prática de exercícios respiratórios (Pránayáma) e posturas (Ásana) durante três meses. Para avaliá-las, os pesquisadores utilizaram testes psicológicos como a Escala Cohen de Stress Percebido, Inventário Estado-Traço de Ansiedade (STAI), Perfil de Estados de Humor (POMS), Escala CEDS de Depressão e até níveis salivares de cortisol. Segundo a equipe de Gustav Dobos, coordenador da pesquisa, a prática de ioga induz uma redução imediata nos níveis de cortisol e conseqüentemente do stress, apontando para um efeito direto no eixo HPA. O efeito ansiolítico da prática é tão significativo que alguns pesquisadores o têm comparado à influência de medicamentos como benzodiazepínicos.
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